Trabalhadores da Agespisa fazem paralisação e ameaçam greve geral
Em
Assembleia Geral, realizada na manhã desta segunda-feira (13), os
trabalhadores da Agespisa aprovaram, por unanimidade, paralisação de 24
horas, para o dia 15/04 (quarta-feira), contra o projeto do Governo do
Estado de criar um instituto autárquico e com isso extinguir a Agespisa,
colocando também em xeque o saneamento básico no Piauí.
O
Sindicato dos Urbanitários se reuniu com governador Wellington Dias, no
último dia 6, para tratar sobre o assunto e o governador mostrou a real
intenção de criar um instituto. A diretoria do sindicato, acompanhada
por um corpo técnico da empresa, apresentou soluções viáveis para a
revitalização da empresa, com dados concretos sobre saneamento. “O Piauí
está entre a elite do saneamento básico no Brasil em relação à
cobertura de abastecimento de água e ainda está com obras em andamento
para melhorar significativamente o tratamento de esgotamento sanitário”,
afirmou Francisco Marques, vice-presidente do SINTEPI. Durante a
reunião, foi colocado ainda que os empregados não são os responsáveis
pela situação na má qualidade dos serviços e nem pelas dificuldades
econômicas financeiras pelas quais passa a empresa.
Mesmo
após os argumentos e a exposição do diagnóstico da empresa feita pelos
técnicos, o Governador Wellington Dias afirmou que a única saída que ele
tem em mãos para resolver a situação do saneamento básico, através de
novos investimentos, é criar um instituto autárquico. “Nós do sindicato
não concordamos com a criação de mais um órgão, pois recentemente a
administração pública direta teve problemas financeiros gravíssimos, com
conjunturas de governos irresponsáveis, então não é criando um órgão
público estadual nestas condições que irá resolver os problemas das
ingerências e da falta de responsabilidade de gestores”, afirmou
Marques.
O
presidente do Sindicato, Francisco Ferreira, colocou durante a reunião
para o governador, que os grandes problemas da Agespisa são as questões
estruturais, onde sequer o estado tem um Plano Estadual de Saneamento,
Agência Reguladora de Serviços Públicos, um plano estratégico para a
empresa de saneamento, entre tantos outros descasos. E ainda se não
bastasse, a empresa tem ingerências políticas que influenciam na
contratação de serviços, na maioria das vezes, desnecessários e super
faturados; excesso de diretorias; excesso de assessorias; excesso de
comissionados e terceirizados; compras de materiais super faturadas,
locação de veículos mal dimensionada e uma grande parte de pessoas
extraquadro sem a qualificação adequada para gerir os serviços.
Em
suma, ao final da reunião, o sindicato colocou as consequências danosas
que a criação do instituto trariam para os empregados, inclusive deu
como exemplo a situação dos antigos empregados da COHAB, hoje na
Emgerpi, que ficaram vulneráveis e tiveram perdas dos seus direitos. “O
sindicato está disposto a lutar, até as últimas consequências, para
defender o ponto de vista dos trabalhadores no sentido de buscar uma
saída para a situação do saneamento do estado sem que seja preciso
extinguir a Agespisa”, disse Ferreira.
A data da paralisação dos trabalhadores da Agespisa é também de
mobilização nacional contra a PL 4330, que regulamenta a terceirização
no Brasil. Os trabalhadores da Agespisa também unirão forças a este
movimento e dirão não ao projeto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário